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sábado, 23 de janeiro de 2010

A Metodologia da Educação a Distância na Educação de Jovens e Adultos no Brasil.



A educação de jovens e adultos hoje, no Brasil, passa por um momento delicado e decisivo que envolve direitos, cidadania e desenvolvimento.


Direitos por educação é um direito de todos, e o país tem uma dívida social imensa com pelo menos quatro ciclos geracionais que estão representados nas quatro fases da Educação de Jovens e Adultos (EJA): a alfabetização de adultos onde estão os analfabetos absolutos com maior parcela dos maiores de 40 anos e boa parte na zona rural; o ensino fundamental menor de 1ª à 4ª série, onde estão boa parte dos analfabetos funcionais com média a partir de 30 anos; o ensino fundamental maior de 5ª à 8ª série, caracterizado por jovens e adultos que foram praticamente expulsos da escola por questões sociais e de modelos pedagógicos equivocados com média de 25 anos; e o ensino médio também caracterizado por questões sociais e pedagógicas com uma agravante política, quando os governos prometeram colocar todos na escola básica criou-se um problema, o sistema não comportava todo mundo e criou-se mecanismos de expulsão sumária para os repetentes e a não garantia de vagas para os alunos “fora de faixa etária”.


De cidadania e desenvolvimento porque só com a garantia do exercício de um direito básico e essencial como a educação que o país poderá sonhar com um desenvolvimento social e econômico estável.


A sociedade da informação e do conhecimento, deste século XXI, trás no seu bojo um conjunto de pré-requisitos indispensáveis para a sobrevivência de qualquer pessoa física ou jurídica, de uma empresa ou de um país, que é o domínio das tecnologias presentes em todos os afazeres do cotidiano. Eis o grande problema do Brasil no eixo educação-trabalho, como dá esse salto quântico na Educação de Jovens e Adultos? Como “teletransportar” milhões de alijados da escola para o mundo da tecnologia educacional e laboral?


Diz o ditado que todo veneno tem um antídoto, essa mesma tecnologia que cria esse hiato tem as ferramentas que podem colaborar nesse salto quântico, através de uma metodologia inovadora: a Educação a Distância (EAD).


O Ministério da Educação criou a Secretaria de Educação a Distância para articular e disseminar as políticas e programas de EAD em todos os níveis de ensino. Na CAPES/MEC já estão em processo de terminativo as normas de mestrado e doutorado a distância; na graduação estão sendo criados cursos de licenciatura como estratégia de formação de docentes para as disciplinas de ciências, física, química e matemática para a educação básica. O próximo passo é massificar a EAD na EJA, porém há limitações específicas aqui, é preciso, em paralelo, um amplo programa de inclusão digital e a quebra de preconceitos contra a EAD, por puro desconhecimento e medo da mudança e do novo.


Embora cheio de desafios, as possibilidades de sucesso entre EJA e EAD são imensas e o Brasil poderá ao mesmo tempo acabar com dois males, o analfabetismo funcional e o digital, com um só bem, a metodologia da Educação a distância na Educação de Jovens e Adultos.*

* O presente artigo foi escrito originalmente como redação da  prova discursiva, aplicada pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília – Cespe/UnB, do Concurso Público do Tribunal de Contas da União, para o cargo de Analista de Controle Externo: Educação Corporativa, em 2007.

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