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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

VIOLÊNCIA: HÓSPEDE DO CORAÇÃO.

A violência tem suas raízes bem fincadas no coração humano, e por ser fruto da própria desumanidade, ela o acompanha em todas as atividades do viver humano. Assim sendo, podemos inferir que combater à violência é combater com o lado negro da humanidade, enquanto coletividade, mas também o lado negro de cada um de nós enquanto individualidade.


Dessa premissa básica podemos perceber que a violência é um ato de autodestruição do ser humano, e qualquer combate que queira eliminá-la deverá levar em consideração que a violência será sempre um hóspede em potencial do coração humano, logo é necessário criar estratégias para combatê-la  sem ferir ou inutilizar o hospedeiro.


Uma condição sine qua non dessas estratégias seria a informação popularizada das razões internas e externas da violência e o que cada um pode fazer para combatê-la em si e no próximo, se esse primeiro passo for dado de forma firme e planejado, todos os outros passos estratégicos serão muito mais aceitos e assimilados pela sociedade do que medidas paliativas apressadas, por momentos de pressão social, ou mesmo sem o objetivo claro de combate permanente e eficaz contra a violência.


Estamos nesse início de novo milênio entrando num dos maiores dilemas da Humanidade, no seu atual ciclo civilizatório, ou nos preparamos para sermos a maior e melhor civilização que já habitou esse globo ou sofreremos a dura realidade da extinção do nosso modelo civilizatório.


Nós possuímos o potencial de unir-mos materialidade e espiritualidade, tecnologia e natureza, trabalho e arte, ciência e amor dentro de um mesmo ser, o novo ser humano para um novo milênio, e a única ação que precisamos tomar é refazer o atual modelo de vida em sociedade, onde cada novo ser que nasce, com todo esse potencial criativo, é levado a se autodestruir, cercado pela ideologia consumista e materialista atual, nossas crianças sucumbem ante o egoísmo e a frieza da vida sem amor e sem arte, sem o bem e o belo, que nós adultos teimamos em não enxergar.


Enfim, o combate a violência é o combate final da saga humana, o confronto do ser humano com seu pior inimigo, ele mesmo. Só uma cultura de paz pode suplantar a guerra, só o amor pode dissolver o ódio, só o ser poder ser bom ou mau, violento ou pacífico, só você pode determinar o que você é, pois então se decida, você é da paz ou da guerra? Esse é o meu, o seu, o nosso dilema capital.*

* O presente artigo foi escrito originalmente como redação da prova discursiva, aplicada pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília – Cespe/UnB, do Concurso Público do Ministério da Justiça, para o cargo de Agente de Polícia Federal, em 2002, do qual o autor foi aprovado.

** Publicado pela primeira vez no site Debates Culturais, onde o autor é articulista convidado.


Jesse Rodrigues, é cearense, radicado em Brasília, pedagogo (UECE), especialista em planejamento educacional (UFC), mestrando em Ciência Política (UNIEURO), é servidor federal no cargo de especialista em financiamento de programas e projetos educacionais do FNDE/MEC. 

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